Qual é o problema?
O cara de 22 namorar a Eloá, que tinha apenas 15?
Os amigos comentarem que ela já tinha apanhado do dito cujo, mas nunca terem feito nada de muito prático em relação a isso?
A menina desmanchar com ele e não querer negociar a despedida?
Algum camarada muito legal jogar uma arma na mão do cidadão absolutamente desequilibrado num momento especialmente delicado?
Cara, o problema é o mais comum dos nossos tempos: todo mundo assiste à vida como se novela fosse. Você fica sabendo que uma adolescente apanha do namorado, este, maior de 21 anos, e não toma nenhuma providência? Isso tem algum cabimento?
Tem.
Porque o lance é não se meter nos problemas dos outros. É dar qualquer conselho clichê, se envolver o mínimo possível no drama do vizinho e torcer pro figura nunca mais te procurar pra discutir aquilo. Né não? Pois é, mas o caso é que esse tipo de performance social chegou às vias de fato entre pais. E mestres. E familiares diversos.
As pessoas se acostumaram, sei lá como, a assistir. “Meu filho está impossível, não pára de jogar videogame. Mando, mando, mando e ele me ignora.”
Na boa, quem paga a luz? E quem pagou o videogame? E quem é o “responsável” por aquele ser?
É tão difícil entender que tirar o doce da criança às vezes pode ensiná-la que perder aqui pra ter uma vida melhor ali na frente pode ser uma boa?
Mas as pessoas simplesmente dizem que é da geração. E colocam mais um pesinho numa galera que já foi apelidada de “fim de feira”.
Não que isso, ou qualquer coisa, chegue perto de ser uma justificativa praquele verme agir como agiu ao ouvir um não.
Mas o caso é que poucos “nãos” são ditos.
E não existe livre arbítrio se você violenta a individualidade de outrem. Para isso, portanto, há a necessidade de existência do não, insisto. Sacou?
Fale não, saiba ouvir um e nunca esqueça das vítimas das nossas negligências cotidianas.
(fonte: MTV)
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